quarta-feira, 25 de junho de 2014

Morte de Yeshua e propositos



O PROPÓSITO DA MORTE DE CRISTO

O propósito da morte de nosso Salvador é uma das mais importantes doutrinas da teologia. Este ensino vital é um link chave na cadeia da verdade Bíblica; é um alicerce sólido em um piso de ouro da Teologia Sistemática. Entenda o propósito da morte de Cristo, e você entenderá a natureza de Deus, a natureza do pecado, e o significado da salvação.

I.              Propósitos primários e secundários


A morte de nosso Salvador envolve um duplo propósito.  Dois maiores acontecimentos resultaram de Sua morte. (1) Primeiro, o sacrifício de nosso Senhor resolveu o problema do pecado do homem em relação à santidade de Deus. Pelo pagamento da pena do pecado como Substituto do pecador, o Cordeiro de Deus (João 1: 29) proveu a base através da qual Deus pode perdoar os pecadores sem a violação de Seu santo caráter. (2) Em segundo lugar, a morte de Cristo resolveu o problema da liberdade da vontade do homem em relação ao poder transformador de Deus.
Para o crente, portanto, o sacrifício de Cristo é ambos objetivo e subjetivo; é ambos externo e interno. Traz ambos, o aspecto moral e legal. Ele sustenta a relação da santidade de Deus e o pecado do homem; ele tem uma relação com o amor de Deus e a vontade do homem. Ele revela sabedoria de Deus e o poder de Deus. Paulo escreveu: “Pois os judeus pedem um sinal, e os gregos buscam pôr sabedoria: mas nós anunciamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tantos judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.”(I Cor. 1:22-24). O sacrifício de Cristo é a sabedoria de Deus porque Ele resolveu problema do pecado do homem em relação a santidade de Deus. É o poder de Deus porque ele proveu uma razão adequada para que os homens rendessem suas vontades ao poder transformador de Deus.
1.    Cordeiro Sacrificial. Jesus morreu na cruz para pagar a pena do pecado, para ser um substituto para os pecadores, e para cumprir os requisitos da santa natureza de Deus. A morte de Cristo removeu a barreira criada pelo pecado do homem em relação ao imaculado caráter de Deus. Quando Deus perdoa o pecador, Ele não age de forma contrária ä Sua santa natureza porque a pena do pecado foi paga através do sacrifício de Cristo. (Rom. 3:24-26). Deus pode continuar sendo santo e justo enquanto Ele perdoa e justifica o crente pecador porque a demanda de sua santidade foi satisfeita na cruz. O resultado primário da morte de Cristo é que ele estabeleceu um relacionamento legal e judicial entre Deus e homem.
2.    Pastor Amável. Como um propósito secundário, a morte de Cristo manifesta o amor de Deus e Cristo na medida em que move o coração dos homens ao arrependimento. O que Cristo tem feito pôr nós provê um incentivo motivador de forma que possamos cumprir o que deveríamos fazer pôr Ele. O amor sacrificial do Bom Pastor é o estímulo moral para suas ovelhas. Como um exemplo de perfeito amor, a Sua morte inspira os homens a se libertarem do egoísmo. (Luc. 9:22-24; II Cor. 5:15; Gál. 1:4; Efes. 5:25-27; Col. 1:22; Tito 2:14; I Ped. 2:21-24.). A manifestação do amor de Deus, entretanto, não é somente o propósito primário e único da morte de Cristo. A Teoria da Influência Moral da expiação contém certos elementos de verdade, mas é inadequada quando enfatiza o amor de Deus na dispensação de Sua santidade. A morte de Cristo foi primariamente um sacrifício e substituta pelos pecadores. 

“Sendo assim a expiação responde a demanda ética da natureza divina na qual o pecado seja punido se o transgressor está para ir em liberdade.  Os interesses do governo divino são assegurados como um primeiro resultado dependente desta satisfação para o próprio Deus, de quem a natureza em governando é uma expressão; enquanto, como um segundo resultado dependente, a provisão é feita para as necessidades de natureza humana- em um sentido a necessidade de uma satisfação objetiva para a sua demanda ética de punição para o pecado, e pôr outro lado a necessidade da manifestação do amor e misericórdia divina que alcançará ao coração e o moverá ao arrependimento.” (Strong. Op. Cit., pág 753.)
Cristo o Senhor morreu na cruz de forma que podemos ser salvos da cruz. Isto para nós é a exclusão do lado judicial de Sua morte, a liberdade providenciado pelo Gólgota. Contudo, ao contrário disso,  Cristo morreu lá na cruz de forma que nós pudéssemos vir à cruz junto Dele. Isto para nós é o lado moral incluso de Sua morte, a obrigação do Gólgota. Nós somos plantados juntos com  O crucificado e somos associados organicamente na semelhança de Sua morte”(Romanos 6: 5). Nós somos seguidores, carregadores da cruz (Mateus 10: 38), grãos de trigo como Ele foi, que somente mediante a morte realmente viveu (João 12: 24, 25). Nós somos levados a compartilhar o caráter da verdade obscura, mas em nada do precioso fundamento de nossa própria redenção. Nós temos sido “crucificados com Cristo”( Gálatas 2: 20). (Sauer, Erich. The Triunph of the Crucified. Grand Rapids: Eerdmans, 1592, pag. 36, 37.)

II.            Pagamento da pena do pecado



O salário do pecado é a morte” (Romanos 6: 23). A natureza santa de Deus requer que a pena para todo pecado cometido no universo deva ser pago. A morte de Seu Filho sobre a cruz foi o pagamento da pena do pecado dos crentes. Estando sem pecado, Jesus não tinha necessidade de morrer pôr Sí. Através do amor, Jesus voluntariamente sacrificou a Si mesmo e morreu como substituto do crente. Os crentes que estão unidos com Cristo mediante conversão, portanto, estão livres da condenação (Rom. 8:1) e estão isentos da Segunda morte (Apoc. 2:11; 20:6), na qual o ímpio pagará a pena do pecado. A justiça de Cristo é imputada aos crentes na conversão e é atualmente imputada a ele à medida que permitem que Cristo exerça uma influência em suas vidas.
1.    Porque o pecado deve resultar em morte. O salário do pecado deve ser a morte, o oposto da vida, porque o pecado é anti Deus e Deus é vida. O pecado viola as leis moral de Deus as quais são expressões de Seus atributos moral: Santidade, Amor, e Verdade. O próprio Deus é  a referência para o certo e errado. A divindade é Deus em aparência. Ser divino é ser como Deus em caráter e conduta. Deus é santo, e Ele disse: “sede santos porque Eu sou santo”( 1 Pedro 1: 16). Deus é amor, e Jesus explicou que o amor resume os mandamentos de Deus (Mateus 22: 37- 40). Quando os crentes são transformados de acordo com os planos de Deus, eles se tornam reflexos  do caráter de Deus e Jesus.
As leis moral de Deus não são arbitrárias. Elas não resultaram de vontade arbitrária ou capricho divino. As leis de Deus não expressam somente a Sua vontade, mas também Seu santo caráter. O pecado é contrário a natureza interior de Deus. À santidade, retidão, e justiça de Deus demandam que o pecado resultem em morte. Pecado é anti Deus. Deus deve condenar o pecado ou viola Seu próprio caráter O pecado deve resultar em destruição. A pena para todo o pecado deve ser paga. (Rom. 6:23; Gên. 2:17; 3:19; Rom. 1:32; 5:12.)
2.    A segunda morte pagará a pena do pecado. Os pecadores pagarão a pena pôr seus pecados sendo destruídos na Segunda morte. (Apoc. 20:15; 21:8.). A primeira morte não é o pagamento final da pena do pecado. Se ela fosse o pagamento final, os cristãos, de quem os pecados foram perdoados, não morreriam a primeira morte. Todos os homens morrem a primeira morte; somente os pecadores, entretanto, morrerão a segunda morte. Porque Deus não destruiu a raça humana no momento em que Adão e Eva pecaram? Mediante a misericórdia, graça, e longanimidade, Deus prorrogou a data quando a pena do pecado seria executada. Ele “estacionou” a segunda morte de forma que os pecadores tenham oportunidade para o arrependimento. A primeira morte não remove a culpa do pecador. O pagamento completo do salário do pecado será efetuado pelo pecador quando ele for destruído na Segunda morte. Levantados  para a vida na ressurreição final, os pecadores ainda estarão sob a ira e condenação de Deus. O fato da culpa não terá mudado. Eles serão responsabilizados pelos pecados cometidos nesta vida. Eles serão julgados de acordo com suas obras de pecado que cometem atualmente. Na Segunda morte, a pena do pecado será paga; os pecadores serão destruídos.
3.    Porque é necessário um substituto. A morte eterna e a vida eterna são mutualmente exclusivas. Se alguém paga pelos próprios pecados, sendo destruído na segunda morte, este não pode viver eternamente. A segunda morte será a destruição, a extinção da vida. Visto que a natureza de Deus demanda que a pena do pecado seja paga, e visto que o pecador não pode pagar a pena por si e ainda experimentar a vida eterna, fica evidente que se alguém está para ser salvo, a pena do pecado deve ser paga por um substituto.
Através de Seu plano se salvação, Deus providenciou meios através do qual a pena do pecado pudesse ser paga e o pecador perdoado pudesse viver pela eternidade. Jesus, o imaculado Filho de Deus, voluntariamente se tornou o Substituto do pecador. Em Sua morte sacrificial Ele pagou o salário do pecado pelos pecadores. Ele tomou o lugar deles. Jesus é a única pessoa que poderia servir como Substituto do homem. Unicamente Ele estava sem pecado. Se Jesus não se fizesse sacrifício pelo homem, o homem estaria sem salvação.
4.    Conservada a natureza santa de Deus.  O sacrifício vicário de Cristo faz possível que Deus conserve Sua santidade, retidão, e justiça enquanto Ele perdoa e justifica o pecador que crê em Cristo. Em perdoando o pecador, Deus não age de forma contrária ao Seu santo caráter. Paulo explicou: “Sendo justificados gratuitamente pela graça através da redenção que está em Cristo Jesus: a quem Deus enviou para ser a propiciação para a remissão dos pecados ocorridos, mediante a paciência de Deus; para declarar, eu digo, a sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que crê em Jesus”(Romanos 3: 24- 26). Através de Sua morte, Jesus satisfez a demanda da lei e os requisitos do santo governo de Deus no universo. Deus pode seguir sendo santo enquanto Ele justifica os pecadores porque a demanda de Sua santidade foi satisfeita no Calvário.
5.    Somente duas alternativas. O salário do pecado pode ser paga de duas formas. O pecador pode pagar a pena do pecado através de si, sendo destruído na segunda morte, ou ainda pode aceitar os benefícios da morte sacrificial de Cristo. Em cada uma das formas, o salário do pecado seria pago e as prerrogativas da santidade de Deus seriam satisfeitas. Se o homem pagar a pena de seu próprio pecado na segunda morte, ele estaria dando satisfação pessoal por seu pecado. Se ele se tornar vitalmente unido com o Cordeiro de Deus e aceitar os benefícios de Seu sacrifício, ele estará dando a satisfação vicária por seus pecados. O pecador, portanto, só tem duas alternativas. Ele deve aceitar o sacrifício de Cristo ou ser destruído na segunda morte. Não há outra possibilidade de escolha. Sem Cristo, o pecador encara destruição.

III.           O Substituto do pecador


Jesus morreu como Substituto do pecador. Ele tomou o lugar do pecador e satisfez a pena do pecado em Seu sofrimento e morte. Ele morreu na cruz de forma que os crentes não morreriam a segunda morte. Cristo satisfez perfeitamente todos os requisitos da lei. A lei requeria que seus preceitos fossem obedecidos; para desobediência, a pena deveria ser paga. Como Substituto dos pecadores Jesus obedeceu a lei e sofreu a pena da lei. Ele pagou a pena do pecado, não por Si, mas pelos pecadores. “Pois ele se fez pecado por nós, o qual não conheceu pecado; para que possamos ser justificados a Deus por ele”(2 Corintios 5: 21).  O pecado do crente é imputado a Cristo, e a justiça de Cristo é imputada ao crente.
Quando os pecadores recebem a Jesus como Substituto, Sacrifício, e Salvador, eles se tornam vitalmente unidos a Ele. Eles entram em Cristo, e Cristo entra neles. Em conseqüência desta relação vital, Deus pode tratar o pecador justamente como se ele por si houvesse obedecido a lei em seus preceitos e sofrido sua pena. Com base na justiça imputada de Cristo, Deus como Juiz, declara que o pecador está justo em relação a lei. O sacrifício vicário de Cristo é o único meio pelo qual os pecadores podem adquirir os padrões de justiça diante de Deus.
Jesus é qualificado para ser o Substituto do pecador porque Ele é o Filho de Deus e o Filho do homem. Por ser o Filho do homem ele tem o direito inerente e absoluto para agir como representante do homem. Por ser o Filho de Deus, Sua morte adquire uma infinita dignidade e se faz suficiente para todos os pecadores. Jesus é a única pessoa qualificada para ser o Substituto do homem. Unicamente Ele é sem pecado, somente Ele é o Filho de Deus e o Filho do homem. Um pecador não poderia ter servido como substituto do homem porque todos os homens tem pecado e devem responder diante de Deus por seus próprios pecados. Um anjo não poderia ter servido como substituto do homem porque os anjos não são idênticos com a raça humana  e não podem morrer. (Lucas 20: 36.) Um animal não poderia servir como substituto do homem porque o reino animal é inferior à raça humana. Um ser humano tem mais dignidade que os limitados animais. Um animal não poderia ser um substituto eqüivalente para o homem. “Pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire os pecados”(Hebreus 10: 4). Unicamente Jesus é o Substituto do homem.  Um sinônimo para substituição é vicário. Quando se diz que o sacrifício de Cristo foi vicário, significa que Sua morte substituiu as outras.
“Sofrimento vicário é o sofrimento passado por uma pessoa ao invés de outra, isto é, em seu lugar. Isto necessariamente supõe a imunidade de uma parte na qual em seu lugar o sofrimento é confirmado. Um vicário é um substituto, um que toma o lugar de outro, e age como substituto...O que o substituto faz pela pessoa da qual preenche o lugar, é vicário, e absolve a pessoa da necessidade de fazer ou sofrer a mesma coisa. Quando, portanto, se diz que o sofrimento de Cristo foi vicário, isto significa que Ele sofreu em lugar dos pecadores. Ele foi o substituto deles. Ele assumiu a obrigação deles, para satisfazer justiça. (Hodge, Charles. Op. Cit., Vol. II, pág. 475.)

IV.          Seu sacrifício vicário na Escritura

1.    A Escritura denotando Substituição.  A Bíblia figura a morte de Cristo como uma substituição pelos pecadores. Os textos a seguir mostram a morte de Cristo pelos pecadores e Sua morte pelos pecados.

Sua morte pelos pecadores

Mateus 20: 28                                   Um resgate por muitos
Mateus 26: 28                                   Derramado por muitos
Marcos 10: 45                                   Um resgate de muitos
Lucas 22: 19, 20                               Meu sangue é derramado por vós
João 6: 51                                          Dado pela vida do mundo
João 10: 11, 15                                 Pelas ovelhas
João 11: 50, 51                                 Um homem morre pelo povo                     
João 15: 13                                       Dá a vida por seus amigos
João 18: 14                                       Um homem morra pelo povo
Romanos 5: 6                                   Cristo morreu pelos ímpios
Romanos 5: 8                                   Cristo morreu por nós
Romanos 8: 32                                 O entregou por nós todos
Romanos 14: 15                               Pelos quais Cristo morreu
1 Corintios 5: 7                                 Sacrificado por nós
1 Corintios 8: 11                               Pelos quais Cristo morreu
2 Corintios 5: 14                               Um morreu por todos
2 Corintios 5: 15                               Ele morreu por todos
2 Corintios 5: 21                               Se fez pecado por nós
Gálatas 2: 20                         Se entregou por mim
Gálatas 3: 13                         Sendo maldito por nós
Efésios 5: 2                                       Se deu por nós
Efésios 5: 25                                     Se entregou
1 Tessanolissenses 5: 10               Quem morreu por nós
1 Timóteo 2: 6                                   Em resgate de todos
Tito 2: 14                                            Se entregou por nós
Hebreus 2: 9                                     Provou a morte por todo homem
1 Pedro 2: 21                                    Sofreu por nós
1 Pedro 3: 18                                    O justo pelo injusto
1 João 3: 16                                      Derramou sua vida por nós

Sua morte pelos pecados

Isaías 53: 5                            Ferido por nossas transgressões
Isaías 53: 6                            Cair sobre ele a iniquidade de todos nós
Isaías 53: 8                            Pela transgressão do meu povo
Isaías 53: 10                          Sua alma em oferta pelo pecado
Isaías 53: 11                          Ele levará suas iniqüidades
Isaías 53: 12                          Ele levou o pecado de muitos
Romanos 4: 25                     Entregue por nossas ofensas
Romanos 8: 3                       Pelo pecado
1 Corintios 15: 3                   Cristo morreu por nossos pecados
Gálatas 1: 4                           Se entregou por nossos pecados
Hebreus 2: 17                       Pelos pecados do povo
Hebreus 9: 28                       Levar os pecados de muitos
Hebreus 10: 12                     Ofereceu um sacrifício pelos pecados
1 Pedro 2: 24                        Levou os pecados em Seu próprio corpo
1 Pedro 3: 18                        Sofreu pelos pecados
1 João 2: 2                             Pelos pecados de todo o mundo
1 João 4: 10                          Propiciação por nossos pecados

2.    Palavras  indicando substituição. O sacrifício vicário de Cristo está indicado por várias palavras na Bíblia as quais mostram que nossos pecados são imputados a Cristo e que Ele morreu no lugar dos pecadores. Algumas destas frases são: “...fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53: 6), “contado com os transgressores”(Isaías 53: 12), “Se fez pecado por nós” (2 Coríntios 5: 21), “se fez maldito por nós”(Gálatas 3: 13), “levou” (Isaías 53: 11; Hebreus 9: 28), “levou”(Isaías 53:12; 1 Pedro 2: 24), “sofreu ” (Isaías 53: 4), “carregou” (Isaías 53: 4), “tirou o pecado” (João 1: 29).
3.    Preposições mostrando substituição. O fato de que Jesus morreu como Substituo do pecador é indicado pelo uso das  preposições gregas. As quatro principais preposições Gregas que são aplicadas em conexão com a obra de Cristo pelos pecadores são: anti, huper, peri, e dia.  Todas as quatro são traduzidas pela palavra em inglês “for” (= por). As duas últimas palavras são usadas com menos freqüência que as duas primeiras, em relação à morte de Cristo. Peri (Mateus 26: 28; Gálatas 1: 4; 1 João 2: 2; 4: 10) significa “concernente” ou “sobre.” Dia usualmente significa “pela forma de”, mas quando usada com o caso acusativo (1 Corintios 8: 11; Romanos 4: 25) significa “por responsabilidade  de.” Anti é a preposição grega para “preço”, “equivalência” e “troca.” Ela significa “em lugar de.”  Esta preposição é a que melhor se aplica à doutrina da substituição. “O Filho do homem veio não para ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20: 28; Marcos 10: 45). Cristo, o Substituto, deu a Sua vida em resgate “em lugar de” muitas.  A palavra para resgate em 1 Timóteo 2: 6 é antilutron; e é uma combinação da preposição  “em lugar de” e lutron, a palavra para resgate em Mateus e Marcos. O fato de anti significar “em lugar de” está aparente na aplicação dos seguintes textos: Mateus 2: 22; 5: 38; Lucas 11: 11; Romanos 12: 17; 1 Tessanolissenses 5: 15; Hebreus 12: 16; 1 Pedro 3: 9. No Velho Testamento em Grego, anti é traduzido “no lugar de” (Gênesis 22: 13) e “em seu lugar”(Gênesis 36: 33- 35). O uso desta preposição em relação ao sacrifício de Cristo prova que Ele morreu como Substituto do pecador.
Huper, a preposição mais freqüentemente usada em referência ao sacrifício de Cristo, é uma palavra mais ampla que anti.  Ela significa “em lugar de”, “em favor de”, e “em benefício de”. Nosso Salvador morreu não somente no lugar do pecador, mas também pelo benefício do pecador. Os escritores do Novo Testamento, entretanto, usaram a palavra huper com mais freqüência do que a apalavra anti em referência à morte de Cristo de forma que ambas as formas pudessem ser inclusas. Cristo morreu em lugar do ímpio, e Cristo morreu para o benefício do ímpio. (Romanos 5: 6.) A palavra huper, “pelo”, inclui ambos os pensamentos. Em muitas escrituras, o significado exato de “em lugar de” é dado pela palavra huper. Por exemplo: “Eu bem o quisera conservar comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho” (Filemon 13). Outros exemplos incluem: João 11: 50, 51; 18: 14; 2 Corintios 5: 14, 15, 20; Gálatas 3: 13. O sacrifício vicário de Cristo também está aparente em Romanos 5: 6; 1 Timóteo 2: 6; 1 Pedro 3: 18.  W. G. T.  Shedd cita muitos exemplos dos escritores clássicos gregos que mostram que huper e anti foram usadas intercaladamente, e que huper foi usada para significar “no lugar de.” (Op. Cit., II, pag. 380.)

4.    A morte de Cristo como sacrifício.  O fato da morte de Cristo ser descrito como um sacrifício prova que  Ele morreu como Substituto do pecador. Os sacrifícios do Velho Testamento direcionavam par um, todo suficiente, e eternamente eficaz sacrifício do Cordeiro de Deus. Os sacrifícios de animais providenciaram a base para o perdão do pecador. (Hebreus 9: 22.) Animais eram oferecidos como substituto dos pecadores. A lei requeria que o animal sacrificado fosse de propriedade do ofertante. O pecador impunha suas mãos sobre a cabeça do animal e confessava seu pecado. Este ato simbolizou sua identificação com o sacrifício e a transferência de sua culpa para o substituto. O animal era então imolado e seu sangue era derramado ou aspergido no altar de sacrifício. O Novo Testamento descreve a morte de Cristo como um sacrifício vicário. Como o imaculado Cordeiro de Deus, Jesus morreu como Substituto do pecador. Com a culpa do pecado imputado a Ele, Jesus se fez “pecado por nós, quem não conheceu pecado; para que pudéssemos ser feitos nele justiça de Deus”(2 Corintios 5: 21). Por um ato de fé, o pecador identifica-se com o Cordeiro de Deus e reconhece que seus pecados tem sido imputados a Cristo. A Palavra de Deus ensina que a morte de Cristo foi um sacrifício referenciando a Jesus como um Cordeiro. (João 1: 29, 36; 1 Coríntios 5: 7; 1 Pedro 1: 19; Isaías 53: 4- 12.) Palavras  falando de sacrifício são usadas em referência à Sua morte: o pecado do homem foi colocado sobre Ele; Ele se fez pecado; Ele sofreu os  pecados, carregou pecados, e tirou pecados; Seu sangue foi derramado. Os crentes, como participantes do sacrifício, são figurados como comendo Sua carne (João 6: 52- 59). A importância da Palavra de Deus que cita o sangue de Cristo em relação à salvação mostra que a Sua morte foi um sacrifício vicário. (Mateus 26: 28;  Marcos 14: 24; Lucas 22: 20; Atos 20: 28; Romanos 3: 25; 5: 9; Efésios 1; 7; 2: 13; Colossenses 1: 14; Hebreus 9: 12, 14, 22; 10: 19; 12: 24; 13: 12;  1 Pedro 1: 2, 19; 1 João 1: 7; Apocalipse 1: 5; 5: 9; 7: 14; 12: 11; 19: 13.)
Os benefícios do sacrifício de Cristo atingiram o passado e serviu como propiciação pelos pecados perdoados  dos santos do Antigo Testamento. (Romanos 3; 25; Hebreus 9: 15.) Os sacrifícios animais não tiraram os pecados. “Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tirasse os pecados”(Hebreus 10: 4). Os animais não eram substitutos eqüivalentes pelos pecadores, mas Deus temporariamente os aceitou em lugar do futuro sacrifício de Cristo, o qual foi planejado “desde a fundação do mundo.” A A Hodge escreveu:

Os sacrifícios de touros e de bodes eram como sinal de adiantamento, como papéis de promissória, aceitos como compromisso até o dia do pagamento. Mas o sacrifício de Cristo foi a moeda que extinguiu absolutamente todo o débito de seu valor intrínseco. Desde que Cristo morreu, o véu que separou o homem de Deus rasgou-se de alto até abaixo por mãos sobrenaturais. Quando a expeição real estava concluída, todo o sistema simbólico  representado se fez functum officio, e foi abolido. Logo depois disso, o templo foi demolido até ao chão, e o ritual foi dado como impossível em definitivo. ( Citado por Strong. Op. Cit., pág. 728.)
5.    A morte de Cristo como propiciação. O propósito da morte de Cristo é revelado pelo fato de ser descrito como uma propiciação. Através de Seu sacrifício, Ele removeu a causa  da condenação do homem.  A santidade de Deus desta forma foi satisfeita; Sua ira foi aplacada.  A propiciação e reconciliação formam um elo entre si: a propiciação é para Deus, a reconciliação é para o homem. Deus é aplacado, o homem é reconciliado. (Romanos 3: 25, 26; 1 João 2: 2; 4: 10; Hebreus 2: 17; 9: 5; Lucas 18: 13.) A palavra grega “hilaskomai” em Hebreus 2; 17 deveria ser traduzida como propiciação no lugar de reconciliação. Esta palavra também ocorre em Lucas 18: 13. A palavra grega “hilasterion”, traduzida como propiciação em Romanos 3: 25, é traduzida como propiciatório em Hebreus 9: 5. O propiciatório, e a tampa de ouro da arca do concerto e que estava no Lugar Santíssimo do tabernáculo, era o lugar onde a propiciação era feita pelos pecados de Israel. O sacrifício de Cristo fez a propiciação pelos pecados do mundo. Havendo pago a pena pelo pecado, o Cordeiro de Deus é o propiciatório para os pecadores. A ira de Deus habita sobre os pecadores (João 3: 36; Romanos 1: 18; 2: 5; Efésios 5: 6; Colossesnses 3: 6), mas para os Cristãos “não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8: 1). Eles são salvos da ira através de Cristo. (Romanos 5: 9; 1 Tessanolissenses 1: 10; 5: 9.)
6.    Morte de Cristo em resgate. A Bíblia mostra a natureza vicária da morte  de Cristo também a descrevendo como resgate em preço de redenção. (Mateus 20: 28; Marcos 10: 45; 1 Timóteo 2: 6; Atos 20: 28; 1 Coríntios 6: 20; 7: 23; Tito 2: 14; 1 Pedro 1: 18, 19; Apocalipse 5:9.)

V.           Natureza da Substituição de Cristo

1.    Substituição equivalente. A morte de Cristo no Calvário foi mais que equivalente em termos de valor que as incontáveis mortes dos pecadores na segunda morte. O sacrifício de Cristo foi equivalente, não uma substituição idêntica. Sua morte não foi a mesma daqueles pelos quais Ele se fez substituto. A morte de um não pode ser a morte de muitos. A morte de Cristo na cruz não foi a mesma segunda morte pela qual os pecadores serão destruídos. A morte de Cristo, depois de três dias, culminou com a ressurreição, a segunda morte por outro lado, será sem fim. A morte de Cristo, portanto, não foi identica à morte dos pecadores pelos quais Ele se fez Substituto. A filiação divina de nosso Senhor  dá infinito valor à Sua morte sacrificial. O fato explica a aptidão de Cristo em ser Substituto de muitos pecadores.  Um dólar de prata é menor em número que noventa e nove centavos, mas é maior em valor. Jesus é uma única pessoa, mas a Sua morte é maior Qua a morte de um infinito número de pecadores.  Nosso Salvador, portanto, poderia ser o Substituto por todos os pecadores que já um dia viveram. Sua morte não necessitava de ser a mesma morte que o ímpio experimentará na segunda morte. Como Substituto, pagou o débito equivalente por todos os pecadores em Sua morte sobrea cruz. Sua morte tem um valor infinito porque Ele é o Filho de Deus.
2.    Extensão de Seu sacrifício. Por quem Jesus morreu. Ele morreu por todos os homens ou somente pelos eleitos? Se Ele morreu por todos os homens e todos os homens não O aceitam, seria o Seu sacrifício parcialmente um desperdício? Qual a extensão de Seu sacrifício? As seguintes escrituras com clareza ensinam que o sacrifício de Cristo foi por todos os homens. O infinito valor de Sua morte é suficiente para cobrir o pecado de todos.  O convite para aceitar os benefícios de Seu sacrifício é extensivo a todos os homens. “Quem quiser, venha.” Não existem barreiras, não há discriminação. “O chão é o patamar nos passos para a cruz.” A provisão é feita para todos no precioso sangue do Cordeiro.

João 1: 29                  Pecado do mundo
Romanos 3: 22         Para todos os crentes
1 Timóteo 2: 6           Em resgate por todos
1 Timóteo 4: 10         Um Salvador para todos os homens
Tito 2: 11                    Trazendo salvação a todos os homens
1 João 2: 2                 Por todo o mundo

Os defensores de uma expiação limitada deduzem que se Cristo morreu por todos os homens , Sua morte foi parcialmente um desperdício porque nem todos os homens aceitam os benefícios de Sua morte. Eles afirmam que Deus já conhecia todos os pecadores que não aceitariam a Sua salvação e que Jesus se incomodou em morrer por eles. Eles insistem que Ele morreu somente pelos eleitos. Isto não é verdade. O sacrifício vicário de Cristo não foi simplesmente em equivalência a um definido número de pecadores. Sua morte foi de tamanho valor que foi muito mais equivalente que um infinito número de pecadores.  Se existisse somente um pecador no universo, o mesmo sacrifício de Cristo seria requerido por este pecador, assim como foi para incontáveis bilhões de pecadores dos quais os pecados Seu sacrifício potencialmente cobriu.

                        Senhor, eu acredito que os pecadores eram mais
                        Do que a areia sobre a praia do oceano,
                        Tu pagaste por todos um resgate,
                        Por todos expiação fizeste.
                                                (Zinzendorf, 1739)

3.    Substituição condicional. Existem duas formas de substituição: incondicional e condicional. A substituição incondicional garante completa e absoluta liberdade para aqueles que dela se beneficiam. Não “elos que amarram.” A substituição condicional garante liberdade somente sob certas condições requeridas de quem se faz a substituição. A substituição de Cristo é condicional. Os homens não são salvos automaticamente simplesmente porque o preço tem sido pago. O pecador deve aceitar certas condições. O pecador deve vitalmente unir-se a Cristo pela conversão. O sacrifício de Cristo é infinitamente suficiente para o pecador, ele é eficaz, porém, unicamente para aqueles que o aceitam por fé. A provisão da salvação foi feita para todos; a aplicação da salvação é feita somente para aqueles que a aceitam. O Cordeiro de Deus eficazmente levou a culpa e pagou a pena do pecado pela completa raça humana. Os benefícios de Seu sacrifício, portanto, se fazem eficazes na vida do pecador somente quando ele se relaciona apropriadamente com Cristo mediante sua conversão.