O
PROPÓSITO DA MORTE DE CRISTO
O
propósito da morte de nosso Salvador é uma das mais importantes doutrinas da
teologia. Este ensino vital é um link chave na cadeia da verdade Bíblica; é um
alicerce sólido em um piso de ouro da Teologia Sistemática. Entenda o propósito
da morte de Cristo, e você entenderá a natureza de Deus, a natureza do pecado,
e o significado da salvação.
I. Propósitos primários e secundários
A
morte de nosso Salvador envolve um duplo propósito. Dois maiores acontecimentos resultaram de Sua
morte. (1) Primeiro, o sacrifício de nosso Senhor resolveu o problema do pecado
do homem em relação à santidade de Deus. Pelo pagamento da pena do pecado como
Substituto do pecador, o Cordeiro de Deus (João 1: 29) proveu a base através da
qual Deus pode perdoar os pecadores sem a violação de Seu santo caráter. (2) Em
segundo lugar, a morte de Cristo resolveu o problema da liberdade da vontade do
homem em relação ao poder transformador de Deus.
Para o crente, portanto, o sacrifício
de Cristo é ambos objetivo e subjetivo; é ambos externo e interno. Traz ambos, o
aspecto moral e legal. Ele sustenta a relação da santidade de Deus e o pecado
do homem; ele tem uma relação com o amor de Deus e a vontade do homem. Ele
revela sabedoria de Deus e o poder de Deus. Paulo escreveu: “Pois os judeus
pedem um sinal, e os gregos buscam pôr sabedoria: mas nós anunciamos a Cristo
crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para
os que são chamados, tantos judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder
de Deus, e sabedoria de Deus.”(I Cor. 1:22-24). O sacrifício de Cristo é a
sabedoria de Deus porque Ele resolveu problema do pecado do homem em relação a
santidade de Deus. É o poder de Deus porque ele proveu uma razão adequada para
que os homens rendessem suas vontades ao poder transformador de Deus.
1.
Cordeiro Sacrificial. Jesus morreu na cruz para pagar a pena
do pecado, para ser um substituto para os pecadores, e para cumprir os
requisitos da santa natureza de Deus. A morte de Cristo removeu a barreira criada
pelo pecado do homem em relação ao imaculado caráter de Deus. Quando Deus
perdoa o pecador, Ele não age de forma contrária ä Sua santa natureza porque a
pena do pecado foi paga através do sacrifício de Cristo. (Rom. 3:24-26). Deus
pode continuar sendo santo e justo enquanto Ele perdoa e justifica o crente
pecador porque a demanda de sua santidade foi satisfeita na cruz. O resultado
primário da morte de Cristo é que ele estabeleceu um relacionamento legal e
judicial entre Deus e homem.
2.
Pastor Amável. Como um propósito secundário, a morte
de Cristo manifesta o amor de Deus e Cristo na medida em que move o coração dos
homens ao arrependimento. O que Cristo tem feito pôr nós provê um incentivo
motivador de forma que possamos cumprir o que deveríamos fazer pôr Ele. O amor
sacrificial do Bom Pastor é o estímulo moral para suas ovelhas. Como um exemplo
de perfeito amor, a Sua morte inspira os homens a se libertarem do egoísmo.
(Luc. 9:22-24; II Cor. 5:15; Gál. 1:4; Efes. 5:25-27; Col. 1:22; Tito 2:14; I
Ped. 2:21-24.). A manifestação do amor de Deus, entretanto, não é somente o
propósito primário e único da morte de Cristo. A Teoria da Influência Moral da
expiação contém certos elementos de verdade, mas é inadequada quando enfatiza o
amor de Deus na dispensação de Sua santidade. A morte de Cristo foi
primariamente um sacrifício e substituta pelos pecadores.
“Sendo assim a expiação responde a
demanda ética da natureza divina na qual o pecado seja punido se o transgressor
está para ir em liberdade. Os interesses
do governo divino são assegurados como um primeiro resultado dependente desta
satisfação para o próprio Deus, de quem a natureza em governando é uma
expressão; enquanto, como um segundo resultado dependente, a provisão é feita
para as necessidades de natureza humana- em um sentido a necessidade de uma
satisfação objetiva para a sua demanda ética de punição para o pecado, e pôr
outro lado a necessidade da manifestação do amor e misericórdia divina que
alcançará ao coração e o moverá ao arrependimento.” (Strong. Op. Cit., pág
753.)
Cristo o Senhor morreu na cruz de forma
que podemos ser salvos da cruz. Isto para nós é a exclusão do lado judicial de
Sua morte, a liberdade providenciado pelo Gólgota. Contudo, ao contrário
disso, Cristo morreu lá na cruz de forma
que nós pudéssemos vir à cruz junto Dele. Isto para nós é o lado moral incluso
de Sua morte, a obrigação do Gólgota. Nós somos plantados juntos com O crucificado e somos associados
organicamente na semelhança de Sua morte”(Romanos 6: 5). Nós somos seguidores,
carregadores da cruz (Mateus 10: 38), grãos de trigo como Ele foi, que somente
mediante a morte realmente viveu (João 12: 24, 25). Nós somos levados a
compartilhar o caráter da verdade obscura, mas em nada do precioso fundamento
de nossa própria redenção. Nós temos sido “crucificados com Cristo”( Gálatas 2:
20). (Sauer, Erich. The Triunph of the Crucified. Grand Rapids: Eerdmans, 1592,
pag. 36, 37.)
II. Pagamento da pena do pecado
“O
salário do pecado é a morte” (Romanos 6: 23). A natureza santa de Deus
requer que a pena para todo pecado cometido no universo deva ser pago. A morte
de Seu Filho sobre a cruz foi o pagamento da pena do pecado dos crentes.
Estando sem pecado, Jesus não tinha necessidade de morrer pôr Sí. Através do
amor, Jesus voluntariamente sacrificou a Si mesmo e morreu como substituto do
crente. Os crentes que estão unidos com Cristo mediante conversão, portanto,
estão livres da condenação (Rom. 8:1) e estão isentos da Segunda morte (Apoc.
2:11; 20:6), na qual o ímpio pagará a pena do pecado. A justiça de Cristo é
imputada aos crentes na conversão e é atualmente imputada a ele à medida que
permitem que Cristo exerça uma influência em suas vidas.
1.
Porque o pecado deve resultar em morte.
O
salário do pecado deve ser a morte, o oposto da vida, porque o pecado é anti
Deus e Deus é vida. O pecado viola as leis moral de Deus as quais são
expressões de Seus atributos moral: Santidade, Amor, e Verdade. O próprio Deus
é a referência para o certo e errado. A
divindade é Deus em aparência. Ser divino é ser como Deus em caráter e conduta.
Deus é santo, e Ele disse: “sede santos
porque Eu sou santo”( 1 Pedro 1: 16). Deus é amor, e Jesus explicou que o
amor resume os mandamentos de Deus (Mateus 22: 37- 40). Quando os crentes são
transformados de acordo com os planos de Deus, eles se tornam reflexos do caráter de Deus e Jesus.
As leis moral de Deus não são
arbitrárias. Elas não resultaram de
vontade arbitrária ou capricho divino. As leis de Deus não expressam somente a
Sua vontade, mas também Seu santo caráter. O pecado é contrário a natureza
interior de Deus. À santidade, retidão, e justiça de Deus demandam que o pecado
resultem em morte. Pecado é anti Deus. Deus deve condenar o pecado ou viola Seu
próprio caráter O pecado deve resultar em destruição. A pena para todo o pecado
deve ser paga. (Rom. 6:23; Gên. 2:17; 3:19; Rom. 1:32; 5:12.)
2.
A segunda morte pagará a pena do
pecado.
Os pecadores pagarão a pena pôr seus pecados sendo destruídos na Segunda morte.
(Apoc. 20:15; 21:8.). A primeira morte não é o pagamento final da pena do
pecado. Se ela fosse o pagamento final, os cristãos, de quem os pecados foram
perdoados, não morreriam a primeira morte. Todos os homens morrem a primeira
morte; somente os pecadores, entretanto, morrerão a segunda morte. Porque Deus
não destruiu a raça humana no momento em que Adão e Eva pecaram? Mediante a
misericórdia, graça, e longanimidade, Deus prorrogou a data quando a pena do
pecado seria executada. Ele “estacionou” a segunda morte de forma que os
pecadores tenham oportunidade para o arrependimento. A primeira morte não
remove a culpa do pecador. O pagamento completo do salário do pecado será
efetuado pelo pecador quando ele for destruído na Segunda morte.
Levantados para a vida na ressurreição
final, os pecadores ainda estarão sob a ira e condenação de Deus. O fato da
culpa não terá mudado. Eles serão responsabilizados pelos pecados cometidos
nesta vida. Eles serão julgados de acordo com suas obras de pecado que cometem
atualmente. Na Segunda morte, a pena do pecado será paga; os pecadores serão
destruídos.
3.
Porque é necessário um substituto. A morte eterna e a vida eterna são
mutualmente exclusivas. Se alguém paga pelos próprios pecados, sendo destruído
na segunda morte, este não pode viver eternamente. A segunda morte será a
destruição, a extinção da vida. Visto que a natureza de Deus demanda que a pena
do pecado seja paga, e visto que o pecador não pode pagar a pena por si e ainda
experimentar a vida eterna, fica evidente que se alguém está para ser salvo, a
pena do pecado deve ser paga por um substituto.
Através
de Seu plano se salvação, Deus providenciou meios através do qual a pena do
pecado pudesse ser paga e o pecador perdoado pudesse viver pela eternidade.
Jesus, o imaculado Filho de Deus, voluntariamente se tornou o Substituto do
pecador. Em Sua morte sacrificial Ele pagou o salário do pecado pelos
pecadores. Ele tomou o lugar deles. Jesus é a única pessoa que poderia servir
como Substituto do homem. Unicamente Ele estava sem pecado. Se Jesus não se
fizesse sacrifício pelo homem, o homem estaria sem salvação.
4.
Conservada a natureza santa de Deus. O sacrifício vicário de Cristo faz possível
que Deus conserve Sua santidade, retidão, e justiça enquanto Ele perdoa e
justifica o pecador que crê em Cristo. Em perdoando o pecador, Deus não age de
forma contrária ao Seu santo caráter. Paulo explicou: “Sendo justificados gratuitamente pela graça através da redenção que
está em Cristo Jesus: a quem Deus enviou para ser a propiciação para a remissão
dos pecados ocorridos, mediante a paciência de Deus; para declarar, eu digo, a
sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador
daquele que crê em Jesus”(Romanos 3: 24- 26). Através de Sua morte, Jesus
satisfez a demanda da lei e os requisitos do santo governo de Deus no universo.
Deus pode seguir sendo santo enquanto Ele justifica os pecadores porque a
demanda de Sua santidade foi satisfeita no Calvário.
5.
Somente duas alternativas. O salário do pecado pode ser paga de
duas formas. O pecador pode pagar a pena do pecado através de si, sendo
destruído na segunda morte, ou ainda pode aceitar os benefícios da morte
sacrificial de Cristo. Em cada uma das formas, o salário do pecado seria pago e
as prerrogativas da santidade de Deus seriam satisfeitas. Se o homem pagar a
pena de seu próprio pecado na segunda morte, ele estaria dando satisfação pessoal por seu pecado. Se ele se tornar
vitalmente unido com o Cordeiro de Deus e aceitar os benefícios de Seu
sacrifício, ele estará dando a satisfação vicária
por seus pecados. O pecador, portanto, só tem duas alternativas. Ele deve
aceitar o sacrifício de Cristo ou ser destruído na segunda morte. Não há outra
possibilidade de escolha. Sem Cristo, o pecador encara destruição.
III. O Substituto do pecador
Jesus
morreu como Substituto do pecador. Ele tomou o lugar do pecador e satisfez a
pena do pecado em Seu sofrimento e morte. Ele morreu na cruz de forma que os
crentes não morreriam a segunda morte. Cristo satisfez perfeitamente todos os
requisitos da lei. A lei requeria que seus preceitos
fossem obedecidos; para desobediência, a pena deveria ser paga.
Como Substituto dos pecadores Jesus obedeceu a lei e sofreu a pena da lei. Ele
pagou a pena do pecado, não por Si, mas pelos pecadores. “Pois ele se fez pecado por nós, o qual não conheceu pecado; para que
possamos ser justificados a Deus por ele”(2 Corintios 5: 21). O pecado do crente é imputado a Cristo, e a
justiça de Cristo é imputada ao crente.
Quando
os pecadores recebem a Jesus como Substituto, Sacrifício, e Salvador, eles se
tornam vitalmente unidos a Ele. Eles entram em Cristo, e Cristo entra neles. Em
conseqüência desta relação vital, Deus pode tratar o pecador justamente como se
ele por si houvesse obedecido a lei em seus preceitos e sofrido sua pena. Com
base na justiça imputada de Cristo, Deus como Juiz, declara que o pecador está
justo em relação a lei. O sacrifício vicário de Cristo é o único meio pelo qual
os pecadores podem adquirir os padrões de justiça diante de Deus.
Jesus
é qualificado para ser o Substituto do pecador porque Ele é o Filho de Deus e o
Filho do homem. Por ser o Filho do homem ele tem o direito inerente e absoluto
para agir como representante do homem. Por ser o Filho de Deus, Sua morte
adquire uma infinita dignidade e se faz suficiente para todos os pecadores.
Jesus é a única pessoa qualificada para ser o Substituto do homem. Unicamente
Ele é sem pecado, somente Ele é o Filho de Deus e o Filho do homem. Um pecador
não poderia ter servido como substituto do homem porque todos os homens tem
pecado e devem responder diante de Deus por seus próprios pecados. Um anjo não
poderia ter servido como substituto do homem porque os anjos não são idênticos
com a raça humana e não podem morrer.
(Lucas 20: 36.) Um animal não poderia servir como substituto do homem porque o
reino animal é inferior à raça humana. Um ser humano tem mais dignidade que os
limitados animais. Um animal não poderia ser um substituto eqüivalente para o
homem. “Pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire os
pecados”(Hebreus 10: 4). Unicamente Jesus é o Substituto do homem. Um sinônimo para substituição é vicário.
Quando se diz que o sacrifício de Cristo foi vicário, significa que Sua morte
substituiu as outras.
“Sofrimento
vicário é o sofrimento passado por uma pessoa ao invés de outra, isto é, em seu
lugar. Isto necessariamente supõe a imunidade de uma parte na qual em seu lugar
o sofrimento é confirmado. Um vicário é
um substituto, um que toma o lugar de outro, e age como substituto...O que o
substituto faz pela pessoa da qual preenche o lugar, é vicário, e absolve a
pessoa da necessidade de fazer ou sofrer a mesma coisa. Quando, portanto, se
diz que o sofrimento de Cristo foi vicário, isto significa que Ele sofreu em
lugar dos pecadores. Ele foi o substituto deles. Ele assumiu a obrigação deles,
para satisfazer justiça. (Hodge, Charles. Op. Cit., Vol. II, pág. 475.)
IV.
Seu sacrifício vicário na Escritura
1. A Escritura denotando Substituição. A Bíblia figura a morte de Cristo como uma
substituição pelos pecadores. Os textos a seguir mostram a morte de Cristo
pelos pecadores e Sua morte pelos pecados.
Sua morte pelos pecadores
Mateus
20: 28 Um
resgate por muitos
Mateus
26: 28 Derramado
por muitos
Marcos
10: 45 Um
resgate de muitos
Lucas
22: 19, 20 Meu
sangue é derramado por vós
João
6: 51 Dado
pela vida do mundo
João
10: 11, 15 Pelas
ovelhas
João
11: 50, 51 Um
homem morre pelo povo
João
15: 13 Dá
a vida por seus amigos
João
18: 14 Um
homem morra pelo povo
Romanos
5: 6 Cristo
morreu pelos ímpios
Romanos
5: 8 Cristo
morreu por nós
Romanos
8: 32 O
entregou por nós todos
Romanos
14: 15 Pelos
quais Cristo morreu
1
Corintios 5: 7 Sacrificado
por nós
1
Corintios 8: 11 Pelos
quais Cristo morreu
2
Corintios 5: 14 Um
morreu por todos
2
Corintios 5: 15 Ele
morreu por todos
2
Corintios 5: 21 Se
fez pecado por nós
Gálatas
2: 20 Se entregou
por mim
Gálatas
3: 13 Sendo
maldito por nós
Efésios
5: 2 Se
deu por nós
Efésios
5: 25 Se
entregou
1
Tessanolissenses 5: 10 Quem
morreu por nós
1
Timóteo 2: 6 Em
resgate de todos
Tito
2: 14 Se
entregou por nós
Hebreus
2: 9 Provou
a morte por todo homem
1
Pedro 2: 21 Sofreu
por nós
1
Pedro 3: 18 O
justo pelo injusto
1
João 3: 16 Derramou
sua vida por nós
Sua morte pelos pecados
Isaías
53: 5 Ferido
por nossas transgressões
Isaías
53: 6 Cair
sobre ele a iniquidade de todos nós
Isaías
53: 8 Pela
transgressão do meu povo
Isaías
53: 10 Sua alma
em oferta pelo pecado
Isaías
53: 11 Ele levará
suas iniqüidades
Isaías
53: 12 Ele levou
o pecado de muitos
Romanos
4: 25 Entregue por
nossas ofensas
Romanos
8: 3 Pelo pecado
1
Corintios 15: 3 Cristo
morreu por nossos pecados
Gálatas
1: 4 Se entregou
por nossos pecados
Hebreus
2: 17 Pelos pecados
do povo
Hebreus
9: 28 Levar os
pecados de muitos
Hebreus
10: 12 Ofereceu um
sacrifício pelos pecados
1
Pedro 2: 24 Levou
os pecados em Seu próprio corpo
1
Pedro 3: 18 Sofreu
pelos pecados
1
João 2: 2 Pelos
pecados de todo o mundo
1
João 4: 10 Propiciação
por nossos pecados
2. Palavras indicando
substituição. O
sacrifício vicário de Cristo está indicado por várias palavras na Bíblia as
quais mostram que nossos pecados são imputados a Cristo e que Ele morreu no
lugar dos pecadores. Algumas destas frases são: “...fez cair sobre ele a
iniquidade de todos nós” (Isaías 53: 6), “contado com os transgressores”(Isaías
53: 12), “Se fez pecado por nós” (2 Coríntios 5: 21), “se fez maldito por
nós”(Gálatas 3: 13), “levou” (Isaías 53: 11; Hebreus 9: 28), “levou”(Isaías
53:12; 1 Pedro 2: 24), “sofreu ” (Isaías 53: 4), “carregou” (Isaías 53: 4),
“tirou o pecado” (João 1: 29).
3. Preposições mostrando substituição. O fato de que Jesus morreu como
Substituo do pecador é indicado pelo uso das
preposições gregas. As quatro principais preposições Gregas que são
aplicadas em conexão com a obra de Cristo pelos pecadores são: anti,
huper, peri, e dia. Todas as quatro são traduzidas pela palavra em
inglês “for” (= por). As duas
últimas palavras são usadas com menos freqüência que as duas primeiras, em
relação à morte de Cristo. Peri (Mateus
26: 28; Gálatas 1: 4; 1 João 2: 2; 4: 10) significa “concernente” ou “sobre.”
Dia usualmente significa “pela forma de”, mas quando usada com o
caso acusativo (1 Corintios 8: 11; Romanos 4: 25) significa “por responsabilidade de.” Anti
é a preposição grega para “preço”, “equivalência” e “troca.” Ela significa
“em lugar de.” Esta preposição é a que
melhor se aplica à doutrina da substituição. “O Filho do homem veio não para
ser servido, mas para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus
20: 28; Marcos 10: 45). Cristo, o Substituto, deu a Sua vida em resgate “em
lugar de” muitas. A palavra para resgate
em 1 Timóteo 2: 6 é antilutron; e é uma combinação da preposição “em lugar de” e lutron, a palavra para
resgate em Mateus e Marcos. O fato de anti
significar “em lugar de” está aparente na aplicação dos seguintes textos:
Mateus 2: 22; 5: 38; Lucas 11: 11; Romanos 12: 17; 1 Tessanolissenses 5: 15;
Hebreus 12: 16; 1 Pedro 3: 9. No Velho Testamento em Grego, anti é traduzido “no lugar de” (Gênesis
22: 13) e “em seu lugar”(Gênesis 36: 33- 35). O uso desta preposição em relação
ao sacrifício de Cristo prova que Ele morreu como Substituto do pecador.
Huper, a preposição mais freqüentemente usada em referência ao
sacrifício de Cristo, é uma palavra mais ampla que anti. Ela significa “em
lugar de”, “em favor de”, e “em benefício de”. Nosso Salvador morreu não
somente no lugar do pecador, mas também pelo benefício do pecador. Os
escritores do Novo Testamento, entretanto, usaram a palavra huper com mais freqüência do que a
apalavra anti em referência à morte
de Cristo de forma que ambas as formas pudessem ser inclusas. Cristo morreu em
lugar do ímpio, e Cristo morreu para o benefício do ímpio. (Romanos 5: 6.) A
palavra huper, “pelo”, inclui ambos
os pensamentos. Em muitas escrituras, o significado exato de “em lugar de” é
dado pela palavra huper. Por
exemplo: “Eu bem o quisera conservar
comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho” (Filemon 13).
Outros exemplos incluem: João 11: 50, 51; 18: 14; 2 Corintios 5: 14, 15, 20;
Gálatas 3: 13. O sacrifício vicário de Cristo também está aparente em Romanos
5: 6; 1 Timóteo 2: 6; 1 Pedro 3: 18. W.
G. T. Shedd cita muitos exemplos dos
escritores clássicos gregos que mostram que huper
e anti foram usadas
intercaladamente, e que huper foi
usada para significar “no lugar de.” (Op. Cit., II, pag. 380.)
4. A morte de Cristo como sacrifício. O fato da morte de Cristo ser descrito como um
sacrifício prova que Ele morreu como
Substituto do pecador. Os sacrifícios do Velho Testamento direcionavam par um,
todo suficiente, e eternamente eficaz sacrifício do Cordeiro de Deus. Os
sacrifícios de animais providenciaram a base para o perdão do pecador. (Hebreus
9: 22.) Animais eram oferecidos como substituto dos pecadores. A lei requeria
que o animal sacrificado fosse de propriedade do ofertante. O pecador impunha
suas mãos sobre a cabeça do animal e confessava seu pecado. Este ato simbolizou
sua identificação com o sacrifício e a transferência de sua culpa para o substituto.
O animal era então imolado e seu sangue era derramado ou aspergido no altar de
sacrifício. O Novo Testamento descreve a morte de Cristo como um sacrifício
vicário. Como o imaculado Cordeiro de Deus, Jesus morreu como Substituto do
pecador. Com a culpa do pecado imputado a Ele, Jesus se fez “pecado por nós,
quem não conheceu pecado; para que pudéssemos ser feitos nele justiça de
Deus”(2 Corintios 5: 21). Por um ato de fé, o pecador identifica-se com o
Cordeiro de Deus e reconhece que seus pecados tem sido imputados a Cristo. A
Palavra de Deus ensina que a morte de Cristo foi um sacrifício referenciando a
Jesus como um Cordeiro. (João 1: 29,
36; 1 Coríntios 5: 7; 1 Pedro 1: 19; Isaías 53: 4- 12.) Palavras falando de
sacrifício são usadas em referência à Sua morte: o pecado do homem foi colocado
sobre Ele; Ele se fez pecado; Ele sofreu os
pecados, carregou pecados, e tirou pecados; Seu sangue foi derramado. Os
crentes, como participantes do sacrifício, são figurados como comendo Sua carne
(João 6: 52- 59). A importância da Palavra de Deus que cita o sangue de Cristo
em relação à salvação mostra que a Sua morte foi um sacrifício vicário. (Mateus
26: 28; Marcos 14: 24; Lucas 22: 20;
Atos 20: 28; Romanos 3: 25; 5: 9; Efésios 1; 7; 2: 13; Colossenses 1: 14;
Hebreus 9: 12, 14, 22; 10: 19; 12: 24; 13: 12;
1 Pedro 1: 2, 19; 1 João 1: 7; Apocalipse 1: 5; 5: 9; 7: 14; 12: 11; 19:
13.)
Os
benefícios do sacrifício de Cristo atingiram o passado e serviu como
propiciação pelos pecados perdoados dos
santos do Antigo Testamento. (Romanos 3; 25; Hebreus 9: 15.) Os sacrifícios
animais não tiraram os pecados. “Porque é
impossível que o sangue de touros e de bodes tirasse os pecados”(Hebreus
10: 4). Os animais não eram substitutos eqüivalentes pelos pecadores, mas Deus
temporariamente os aceitou em lugar do futuro sacrifício de Cristo, o qual foi
planejado “desde a fundação do mundo.” A A Hodge escreveu:
Os
sacrifícios de touros e de bodes eram como sinal de adiantamento, como papéis
de promissória, aceitos como compromisso até o dia do pagamento. Mas o
sacrifício de Cristo foi a moeda que extinguiu absolutamente todo o débito de
seu valor intrínseco. Desde que Cristo morreu, o véu que separou o homem de
Deus rasgou-se de alto até abaixo por mãos sobrenaturais. Quando a expeição
real estava concluída, todo o sistema simbólico
representado se fez functum officio, e foi abolido. Logo
depois disso, o templo foi demolido até ao chão, e o ritual foi dado como
impossível em definitivo. ( Citado por Strong. Op. Cit., pág. 728.)
5. A morte de Cristo como propiciação. O propósito da morte de Cristo é
revelado pelo fato de ser descrito como uma propiciação. Através de Seu
sacrifício, Ele removeu a causa da
condenação do homem. A santidade de Deus
desta forma foi satisfeita; Sua ira foi aplacada. A propiciação e reconciliação formam um elo
entre si: a propiciação é para Deus, a reconciliação é para o homem. Deus é
aplacado, o homem é reconciliado. (Romanos 3: 25, 26; 1 João 2: 2; 4: 10; Hebreus
2: 17; 9: 5; Lucas 18: 13.) A palavra grega “hilaskomai” em Hebreus 2;
17 deveria ser traduzida como propiciação no lugar de reconciliação. Esta
palavra também ocorre em Lucas 18: 13. A palavra grega “hilasterion”, traduzida
como propiciação em Romanos 3: 25, é traduzida como propiciatório em Hebreus 9:
5. O propiciatório, e a tampa de ouro da arca do concerto e que estava no Lugar
Santíssimo do tabernáculo, era o lugar onde a propiciação era feita pelos
pecados de Israel. O sacrifício de Cristo fez a propiciação pelos pecados do
mundo. Havendo pago a pena pelo pecado, o Cordeiro de Deus é o propiciatório
para os pecadores. A ira de Deus habita sobre os pecadores (João 3: 36; Romanos
1: 18; 2: 5; Efésios 5: 6; Colossesnses 3: 6), mas para os Cristãos “não há condenação para os que estão em Cristo
Jesus” (Romanos 8: 1). Eles são salvos da ira através de Cristo. (Romanos
5: 9; 1 Tessanolissenses 1: 10; 5: 9.)
6. Morte de Cristo em resgate. A Bíblia mostra a natureza vicária da
morte de Cristo também a descrevendo
como resgate em preço de redenção. (Mateus 20: 28; Marcos 10: 45; 1 Timóteo 2:
6; Atos 20: 28; 1 Coríntios 6: 20; 7: 23; Tito 2: 14; 1 Pedro 1: 18, 19;
Apocalipse 5:9.)
V.
Natureza da Substituição de Cristo
1. Substituição equivalente. A morte de Cristo no Calvário foi mais
que equivalente em termos de valor que as incontáveis mortes dos pecadores na
segunda morte. O sacrifício de Cristo foi equivalente, não uma substituição
idêntica. Sua morte não foi a mesma daqueles pelos quais Ele se fez substituto.
A morte de um não pode ser a morte de muitos. A morte de Cristo na cruz não foi
a mesma segunda morte pela qual os pecadores serão destruídos. A morte de
Cristo, depois de três dias, culminou com a ressurreição, a segunda morte por
outro lado, será sem fim. A morte de Cristo, portanto, não foi identica à morte
dos pecadores pelos quais Ele se fez Substituto. A filiação divina de nosso
Senhor dá infinito valor à Sua morte
sacrificial. O fato explica a aptidão de Cristo em ser Substituto de muitos
pecadores. Um dólar de prata é menor em
número que noventa e nove centavos, mas é maior em valor. Jesus é uma única
pessoa, mas a Sua morte é maior Qua a morte de um infinito número de
pecadores. Nosso Salvador, portanto,
poderia ser o Substituto por todos os pecadores que já um dia viveram. Sua
morte não necessitava de ser a mesma morte que o ímpio experimentará na segunda
morte. Como Substituto, pagou o débito equivalente por todos os pecadores em
Sua morte sobrea cruz. Sua morte tem um valor infinito porque Ele é o Filho de
Deus.
2. Extensão de Seu sacrifício. Por quem Jesus morreu. Ele morreu por
todos os homens ou somente pelos eleitos? Se Ele morreu por todos os homens e
todos os homens não O aceitam, seria o Seu sacrifício parcialmente um
desperdício? Qual a extensão de Seu sacrifício? As seguintes escrituras com
clareza ensinam que o sacrifício de Cristo foi por todos os homens. O infinito
valor de Sua morte é suficiente para cobrir o pecado de todos. O convite para aceitar os benefícios de Seu
sacrifício é extensivo a todos os homens. “Quem quiser, venha.” Não existem
barreiras, não há discriminação. “O chão é o patamar nos passos para a cruz.” A
provisão é feita para todos no precioso sangue do Cordeiro.
João
1: 29 Pecado do mundo
Romanos
3: 22 Para todos os crentes
1
Timóteo 2: 6 Em resgate por todos
1
Timóteo 4: 10 Um Salvador para
todos os homens
Tito
2: 11 Trazendo salvação
a todos os homens
1
João 2: 2 Por todo o mundo
Os
defensores de uma expiação limitada deduzem que se Cristo morreu por todos os
homens , Sua morte foi parcialmente um desperdício porque nem todos os homens
aceitam os benefícios de Sua morte. Eles afirmam que Deus já conhecia todos os
pecadores que não aceitariam a Sua salvação e que Jesus se incomodou em morrer
por eles. Eles insistem que Ele morreu somente pelos eleitos. Isto não é
verdade. O sacrifício vicário de Cristo não foi simplesmente em equivalência a
um definido número de pecadores. Sua morte foi de tamanho valor que foi muito
mais equivalente que um infinito número de pecadores. Se existisse somente um pecador no universo,
o mesmo sacrifício de Cristo seria requerido por este pecador, assim como foi
para incontáveis bilhões de pecadores dos quais os pecados Seu sacrifício
potencialmente cobriu.
Senhor, eu acredito que
os pecadores eram mais
Do que a areia sobre a
praia do oceano,
Tu pagaste por todos um
resgate,
Por todos expiação
fizeste.
(Zinzendorf,
1739)
3. Substituição condicional. Existem duas formas de substituição:
incondicional e condicional. A substituição incondicional garante completa e
absoluta liberdade para aqueles que dela se beneficiam. Não “elos que amarram.”
A substituição condicional garante liberdade somente sob certas condições
requeridas de quem se faz a substituição. A substituição de Cristo é
condicional. Os homens não são salvos automaticamente simplesmente porque o
preço tem sido pago. O pecador deve aceitar certas condições. O pecador deve
vitalmente unir-se a Cristo pela conversão. O sacrifício de Cristo é
infinitamente suficiente para o pecador, ele é eficaz, porém, unicamente para
aqueles que o aceitam por fé. A provisão da salvação foi feita para todos; a
aplicação da salvação é feita somente para aqueles que a aceitam. O Cordeiro de
Deus eficazmente levou a culpa e pagou a pena do pecado pela completa raça
humana. Os benefícios de Seu sacrifício, portanto, se fazem eficazes na vida do
pecador somente quando ele se relaciona apropriadamente com Cristo mediante sua
conversão.