quarta-feira, 28 de maio de 2014

O PECADO



O PECADO DE ADÃO E SUA POSTERIDADE

Observando que o pecado é universal entre os homens e que ele tem sido uma trágica realidade através da história humana, alguém é induzido a perguntar concernente a origem do pecado e a maneira pela qual os homens se tornaram pecadores.
O pecado teve uma origem definida. Diferente de Deus, o pecado não existe desde a eternidade. Houve um tempo em que não havia pecado. Houve um tempo em que todas as criaturas viveram em perfeita obediência ao Criador. Houve um tempo em que a vontade de Deus “era obedecida na terra, como é no céu.
O pecado teve o seu princípio entre os homens na desobediência do primeiro homem e mulher. A razão do porque todos os homens nascem pecadores é porque existe uma relação definida entre o pecado de Adão e sua posteridade.


I.              O Pecado do Primeiro Homem



O primeiro pecado humano ocorreu quando Adão e Eva se revoltaram contra Deus. Eles desobedeceram Seu mandamento de que não deveriam comer de determinada árvore localizada no Jardim do Eden..
O comando específico de Deus que Adão desobedeceu está registrado nos seguintes versos: “E o Senhor ordenou ao homem dizendo: de toda árvore do jardim poderás livremente comer, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, tu não comerás: pois no dia em que dela comerdes certamente morrerás.” (Gênesis 2: 16, 17).
O acontecimento histórico do primeiro pecado do homem está registrado no terceiro capítulo de Gênesis. “Agora a serpente era a mais sutil de todas as bestas do campo que o Senhor Deus criou. E ela disse à mulher, Ora, Deus disse, vós não comereis de toda a árvore do jardim? E a mulher disse a serpente, Nós podemos comer do fruto das árvores do jardim: mas o fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus, Não comereis dele, nem o tocareis, pois morrereis.  E a serpente disse para a mulher, Certamente não morrereis: porque Deus sabe que no dia em que comeres dela, então os seus olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal. E quando a mulher viu que a árvore era boa para se comer, e agradável à vista, e a árvore poderia trazer sabedoria, ela tomou o seu fruto, e comeu, e deu para seu marido; e ele comeu. E os olhos de ambos foram abertos, e eles souberam que estavam nus; e eles colheram folhas de figueira, e fizeram para si coberturas. E eles ouviram a voz do Senhor Deus que caminhava pelo jardim na viração do dia: e Adão e sua mulher esconderam-se da presença do Senhor por entre as árvores do jardim.”( Gên. 3: 1- 8)
A provação de Adão e Eva é um evento histórico. É uma história verdadeira; ela realmente aconteceu. Não é meramente uma alegoria, lenda ou fábula. Adão e Eva foram realmente pessoas. Eles viveram num Jardim real. Eles pecaram comendo do fruto de uma árvore real.

II.            O Propósito da Provação de Adão


Alguém poderia perguntar: “Porque Deus colocou a árvore proibida no jardim? Qual era seu propósito? Deus queira que Adão pecasse? Não foi Deus indiretamente o responsável pelo pecado de Adão?”

De nenhuma forma Deus foi responsável pelo pecado de Adão. Ele permitiu que isto acontecesse, mas não compartilhou da culpa. Deus não peca, nem tenta o homem ao pecado. Deus prova os homens para revelar o caráter (Gênesis 22: 1) e para desenvolver suas virtudes. (Tiago 1:2- 4), mas Deus não tenta os homens com o fim de atraí-los  ao pecado.  A indução do homem ao pecado não se originou em Deus. “Nenhum homem diga quando for tentado, de Deus sou tentado: pois Deus não pode ser tentado pelo mal, nem tenta qualquer homem.”(Tiago 1: 13).
Deus pôs a árvore do conhecimento do bem e do mal no jardim com uma ordem específica de que o homem não deveria comer dela porque o primeiro homem e mulher necessitariam de ser provados. Havia necessidade de pô-los à prova. Os recém progenitores ancestrais da raça humana precisavam ser colocados numa situação de forma que suas naturezas interiores pudessem ser manifestas. Criado à imagem de Deus, o homem tinha liberdade de escolha. Ele tinha o poder para tomar decisões. Se o homem houvesse sido criado como um robô, ele poderia viver em obediência a Deus mecanicamente sem qualquer escolha da matéria. A Deus é mais agradável porém, que voluntariamente o homem escolha amar, adorar e obedecê-Lo. Deus que a eternidade populacionada com uma raça de homens os quais voluntariamente escolham viver por Sua glória.

A “inclinação do homem era para com Deus, mas visto que  ele tinha  o poder de decisão para escolha contraria , ele poderia estar confirmado nesta inclinação somente pela escolha deliberada diante da possibilidade de opção contrária.” ( Thiessen, op. Cit., pág 248).
Deus não quis que Adão pecasse. Ele não quis que ele comesse do fruto da árvore priobida. Ele desejou que o homem voluntariamente escolhesse viver em submissão à Sua autoridade e em obediência à Sua vontade.

III.           Natureza do Primeiro Pecado Humano

Adão teve unicamente uma tentação.  Seria necessário  somente uma doença para se estar doente; Adão necessitou de cometer apenas um pecado para ser um pecador. Uma prova foi suficiente para revelar a natureza interior do primeiro homem.
A palavra “tentação” traz dois significados. Primeiro de tudo, uma tentação é o que induz  ou seduz alguém ao pecado pela promessa de um prazer ou ganho. Segundo, a tentação é uma prova ou triagem para qual ela tem o propósito de desenvolver ou revelar virtude.
Qualquer objeto,  pessoa, ou situação que possa servir de indução para violação dos padrões de justiça de Deus seria uma tentação.
Ser tentado ao pecado não é o próprio pecado em si. O pecado é o ato ceder à tentação.   

Alguém peca quando se entrega, responde, cede e consente em pecar. “Todo homem é tentado, quando atraído e engodado por seu desejo. Então o desejo tendo sido concebido, dá a luz ao pecado, e sendo consumado, produz a morte.” (Tiago 1: 14, 15). O homem é seduzido a pecar pelas promessas de ganho e prazer. Os três aspectos aos quais a tentação recorre em fazer com que a mente carnal está descrita como “o desejo da carne, e o desejo dos olhos, e o orgulho da vida”(1 João 2: 16). A árvore era boa para mantimento ( a cobiça da carne); era agradável aos olhos ( a cobiça dos olhos) era desejada para tornar sábio ( o orgulho da vida).

A natureza do pecado de Adão e Eva foi uma revolta contra Deus. Foi uma inclinação interior de suas vontades longe de Deus. Foi a confirmação do ego em antagonismo a Deus. O leitor é referenciado à seção sobre “A essência do pecado” para maiores detalhes considerando a revolta do homem para com Deus. É importante notar que o pecado de Adão foi duplo. Ele tinha um aspecto interior e outro exterior. Houve algo que Adão fez e algo em que se tornou. O que ele se tornou resultou do que ele fez. Adão pecou interiormente antes de pecar exteriormente. Ele se revoltou contra Deus em sua mente e coração e vontade ao cometer o ato da desobediência exterior. O ato externo de comer do fruto proibido foi uma revelação de sua revolta interior contra Deus. 

IV.          A Imputação do Pecado de Adão

A culpa do pecado de Adão foi imputada a todo membro da raça humana. Portanto, cada pessoa, nasce como pecador, sob condenação e em necessidade de salvação. O pecado que é imputado a toda a raça humana não foi meramente o ato exterior de Adão em comer do fruto proibido. O ato  individual de pecado exterior não pode ser imputado de uma geração para outra. Aquele pecado de Adão que está sobre todo o homem é a revolta original da raça humana contra Deus. Esta revolta original revelou-se no ato de pecado de Adão. Adão já tinha pecado antes de ter o fruto em sua boca. Seu ato exterior de comer do fruto proibida foi uma revelação do pecado em sua natureza interior.

Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e a morte pelo pecado, então a morte passou a todos os homens, pois todos pecaram” ( Romanos 5: 12). “Pela ofensa de um muitos morrem” (Romanos 5: 15). “O julgamento foi de uma falha para condenação.” ( Romanos 5: 16). “Pela ofensa de um homem a morte reinou” (Romanos 5: 17). “Pela ofensa de um o julgamento veio sobre todos os homens para condenação” ( Romanos 5: 18). “Pela desobediência de um homem muitos foram feitos pecadores” (Romanos 5: 19).

O pecado de Adão e Eva fez de todos seus descendentes pecadores.  Como Levi estava em Abraão e pagou os dízimos a Melquisedeque (Hebreus 7: 9, 10), assim todo homem estava em Adão e participou do primeiro pecado humano. Todo o homem está devedor com a culpa  e pena do pecado original que cometeu em Adão. Portanto, todos os homens são nascidos como pecadores e tem necessidade de salvação.
Somado à vida física, todo indivíduo recebe duas coisas de Adão. Primeiro, ele herda a natureza pecaminosa transmitida. Ele nasce com uma natureza anti-Deus, egoísta e corrupta. Isto está designado na Bíblia como a “mente carnal”, “velho homem”, e “a carne”. Isto está na natureza interior e produz os atos de pecado. Futuramente daremos atenção a este tema no próximo capítulo. O segundo fato que todas as pessoas recebem de Adão é a culpa imputada pelo pecado original da raça humana.

O que significa imputação? Imputação pode ser definida como a transferência para alguém com base legal para este procedimento. Imputar é computar, contar, creditar, ou deixar sobrea a responsabilidade de alguém. Paulo ilustrou o significado da imputação quando escreveu para Filemon. Ele disse a Filemon que se Onesimo, o escravo convertido, houvesse errado ou lhe devesse algo deveria por na conta de Paulo. (Filemon18). Imputação está associada com três maiores doutrinas  da Bíblia.  Está envolvida na doutrina do pecado, o sacrifício de Cristo e a justificação pela fé. O pecado de Adão é imputado a toda a raça humana. O pecado dos crentes são imputados a Cristo pelo sacrifício. Como uma base para justificação, a justiça de Cristo é imputada ao crente..

Como pode Deus simplesmente imputar o pecado de Adão a toda a raça humana?  ª H. Strong responde esta pergunta nas próximas palavras: “ Deus imputou o pecado de Adão imediatamente a toda a sua posteridade, em função de que a unidade orgânica da humanidade que existente em toda a raça humana desde a ocasião da transgressão de Adão, não individualmente, mas embrionário, nele como o cabeça. A vida total da raça humana estava em Adão; a raça veio a ter existência por ele. Sua essência ainda não estava individualizada, as suas forças não estavam distribuidas; os poderes que hoje existem em homens separados estavam unificados e localizados em Adão; a vontade de Adão ainda era a vontade das espécies. No ato de expontâneo de Adão, a vontade da raça revoltou-se contra Deus e a natureza da própria raça corrompeu-se.
A natureza a qual nós possuímos agora, é a mesma natureza corrupta em Adão- “não meramente da mesma espécie, mas o mesmo decorre conosco continuamente oriundo dele.”
O pecado de Adão é imputado a nós imediatamente, contudo, não como algo estranho a nós, mas porque é de nós. (Strong. Op. Cit., pag. 619, 620).
Adão e sua posteridade são um. Existe uma unidade de natureza orgânica entre Adão e seus descendentes. Adão não foi simplesmente o cabeça representativo da raça humana; ele era a raça humana. A completa raça humana existiu em Adão, seu cabeça natural.

A justiça de Cristo é imputada ao crente porque Ele se fez um com a humanidade. O pecado de Adão é imputado a todos os homens porque todos os homens são um em Adão.
Todo homem nasce como pecador. Sua “pecaminosidade” não depende inteiramente de seus atos  pessoais em pecado. A Bíblia ensina que uma pessoa é um pecador inclusive antes de cometer qualquer ato de pecado ou mesmo antes sua natureza de pecado herdada ter tido a oportunidade de expressar-se. Todo homem nasce como pecador pela sua participação no pecado original da raça humana em Adão.
Para provar que todo homem nasce pecador antes de cometer qualquer ato pessoal de pecado, Paulo refere-se ao período de tempo entre Adão e Moisés. Ele escreveu: “Pois antes da lei estava o pecado no mundo: mas o pecado não é imputado quando não existe lei. 

Contudo a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre os que pecaram depois à semelhança da transgressão de Adão, que foi figura do que estava por vir”  (Romanos  5: 13, 14). Os pecados dos homens vivendo entre Adão e Moisés não foram transgressões de uma lei divina externa, assim como foi dada a Adão. Estes homens não pecaram “de forma semelhante da transgressão de Adão”. Eles não estavam no Jardim do Eden cada qual passando por provação. “A morte reinou de Adão até Moisés” porque todos os homens nascem pecadores e imputados da culpa do pecado original de Adão.

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