quinta-feira, 10 de abril de 2014

A sinagoga e a Igreja



A sinagoga e sua influencia na estrutura organizacional da Igreja

“Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;
E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios.” (Mat. 10: 17, 18)

A “igreja” permaneceu como parte do judaísmo do primeiro século e os judeus, sabemos, não foram completamente removidos de Jerusalem ate a entrada do século segundo. A facção ou divergência dentro da sinagoga viria a promover ações punitivas aos judeus que fossem levados a uma postura diferente do aprendizado judaico.

O termo “sinedrio” vem do hebreu “sanhedrin” que significa “assembleia sentada” e, assembleia por sua vez era um grupo de juízes de se fazia mandatório existir em cada cidade. Eles se reuniam com regularidade, exceto nos dias festivos e shabatot.

A estrutura da sinagoga local foi levada diretamente para dentro da estrutura da igreja primitiva. O presidente, diácono, líder cantor, e instrutores podem ser observados tanto nas sinagogas quanto na igreja primitiva.

O presidente ou nasi era o principal líder de uma sinagoga e na igreja o principal líder era chamado de presidente ate por volta do ano 150 dC, assim como por historiadores. Na sinagoga três lideres se reuniam para formar um tribunal para julgar temas relativos a dinheiro, imoralidade, admissão de prosélitos, imposição de mãos, entre outros mencionados na Mishnah. A Mishná, também conhecida como Mixná ou Mixna (em hebraico משנה, "repetição", do verbo שנה, ''shanah, "estudar e revisar") é uma das principais obras do judaísmo rabínico, e a primeira grande redação na forma escrita da tradição oral judaica, chamada a Torá Oral.

“E eis que chegou um homem de nome Jairo, que era príncipe da sinagoga; e, prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que entrasse em sua casa;” (Luc.8: 41)


Em Corinto esta pratica estava em uso conforme se vê:

“Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos?
Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?” (I Cor. 6: 1, 2)

Documentos como o Didaque, obra pequena de dezesseis capítulos e com reconhecido valor teologico/historico tratando do catecismo cristão afirma que as igrejas da Asia Menor e Grecia tratavam a igreja de Jerusalem com o mesmo nível de autoridade das sinagogas direcionadas pelo sanhedrin.

Tambem temos o chazan, um ministro publico da sinagoga que orava e supervisionava a leitura da lei entre outras tarefas. Não lia a Torah mas colocava-se ao lado de quem a lia para corrigir e supervisionar, de forma que fosse tudo apropriado. Este selecionava 7 leitores a cada semana que eram pessoas bem preparadas nas escritas hebraicas. Este grupo era composto de sacerdote, levita e mais 5 israelitas.
“E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.” (Luc. 4: 16)

Os termos “supervisor”, “anjo” da igreja e ministro da sinagoga todos referem-se a mesma posição.

Tambem havia três homens conhecidos como “parnasin” que cuidavam dos pobres, distribuíam esmolas e eram tidos como estudiosos das escrituras. Tambem eram conhecidos como “gabbay tzedakah” pela função que exerciam que seria aquela que conhecemos como “diácono”.
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.”
Alguns estudiosos atribuem esta escolha acima ao que já existia previamente normatizado na estrutura da organização na sinagoga.

Uma outra função existente na sinagoga primitiva era o “shaliach”, ou anunciador. Deste ponto derivamos a palavra “apostolo” como significando aquele que ‘e enviado para anunciar as boas novas, o equivalente de hoje o que chamamos de missionários. Tambem existia o”maggid”, um evangelista migratório que falava para varias congregações. Adicionalmente o “batlan” era um professor estudioso que trabalhava independentemente ou com algum tipo de suporte. Cada congregação necessitava de pelo menos 10 batlan para cada 120 membros. Ate uma tradição existia de que o serviço na sinagoga não começava na ausência destes 10 homens.

Temos o zaken, que significa “velho”, mais no sentido de maturidade em idade. Este provia conselhos para comunidade e equivalia ao que hoje se chama de pastor ou ancião. No judaísmo, aquels que atingiam a idade de 40 anos eram considerados como quem atingia o entendimento e os acima de 50 anos eram considerados dignos de aconselhar aos jovens.
O rabino carregava a responsabilidade de exortar e edificar as pessoas, como papel de um profeta como aqueles pos exílio do judaísmo.
“Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.” (I Cor. 14:3)

O “meturgan” era a pessoa hábil em idiomas e isso já remonta o tempo de Ezra quando o interprete cumpria seu papel. O talmud fala do papel do interprete na sinagoga.
“O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados.”
Para estudiosos e familiares com o sistema de estudo na sinagoga isso era bem entendido, onde o professor falava aos ouvidos do interprete e este transmitia a outro de fora e de dentro. 

3 comentários:

  1. Amei este site. Estou estudando-o. Acho uma pena que não seja atualizado há bastante tempo. Gostaria de discutir com o sr. alguns assuntos aos quais acabei ficando em dúvida, como faço para entrar em contato? Obrigado.

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  2. Amei este site. Estou estudando-o. Acho uma pena que não seja atualizado há bastante tempo. Gostaria de discutir com o sr. alguns assuntos aos quais acabei ficando em dúvida, como faço para entrar em contato? Obrigado.

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    1. Perdoe Victor..por falta de tempo habil acabei por deixar de publicar um tempo. Pode me escrever contando mais de voce e sera um prazer atende-lo assim que possivel. Meu email: lembrar@hotmail.com

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