terça-feira, 15 de abril de 2014

Identidade e sua importancia



A identidade e sua importancia

“Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas?”  (Mateus 7:16)

Eu sei quem sou, de onde venho, meu gênero, minha personalidade, meus costumes, aquilo que eu gosto e o que eu não gosto, mas mesmo sendo eu mesmo por todo o tempo ainda as vezes há uma confusão de identidade, e, levando isso para o direcionamento espiritual, quem sou eu e o que eu sou, o que eu gosto e o que eu não gosto, o que obedeço e o que não obedeço, de quem eu gosto e de quem não gosto, o que interpreto da palavra de Deus e o que eu entendo com real sentido e com verdade?

O que na verdade se mostra importante no momento de nossa decisão, escolha e direção que devemos seguir?
Se você também tem esta possível circunstancia na sua vida, sem duvida estaremos juntos naqueles que se enquadram na celebre “gnōthi seauton” ou “conhece-te a ti mesmo”, uma maxima de Tales ou da poetisa grega  Femonoe.

Quem seria a melhor pessoa para me conhecer? Excetuando-se Deus, obvio que o mais indicado a conhecer a mim seria eu mesmo. Somente o fato de citar o verbo “conhecer” já me induz na concordância de que sou eu um ser a explorar.

Quero começar pelo fator externo.

Quando tenho desejo de comer uma laranja direto na sua origem sei que devo ir numa laranjeira, se desejo comer uma uva vou numa parreira, se desejo leite vou numa vaca, cabrita; se desejo uma limonada vou num limoeiro. Tudo parace tão obvio e singelo na explicacao, porem esta exposição tem uma razão de ser: “seria tão complicado também ser descoberto como alguém que serve a Deus somente ao ser visto por outros?”
O fruto. Ele te faz conhecido. Mas e quando não há frutos na arvore?

“E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos.
E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto.” (Mc. 11: 13, 14)

Eu admiro esta  passagem e  embora ninguém a houvesse esclarecido pra mim, decidi saber um pouco mais sobre a figueira.  Voce já deve ter observado que a figueira exibe seus frutinhos antes mesmo da planta se cobrir com a folhagem, e quando a figueira apresenta folhas, certamente se deduz que os frutos já estejam nos seus ramos. Mas isso não aconteceu com aquela figueira em especial.

Aquela arvora camuflou seu status e enganou olhar externo de quem a via. Ela “fingiu” ser quem não era e ser o que não estava pra ser,e por isso foi “amaldiçoada”. Interessante observar que mesmo sem o fruto, pela folhagem se pode saber que arvore era, mas surpreendeu-se Yeshua ao observar que a arvore que anuncia os frutos ao estar carregada de folhas acabou por “enganar” os expectadores.

Aproximadamente dois meses antes das folhas verdes cobrirem seus galhos, a figueira já exibe seus lindos frutinhos. Ali não foi assim.

Mas porque ser amaldiçoada se sabia-se que não era tempo de figos? E porque Yeshua esperava encontrar nela frutos quando todas as demais estavam sem frutos por não ser a estação ainda?

Pelo engano que ela produziu e por não saciar fome de quem a procurou com possível “expectativa”.

O fruto e’ muito importante porque sacia a fome e delicia o paladar, mas aqui neste caso, mesmo sem fruto houve oportunidade de se conhecer a arvore, uma arvore que não servia para nada, exceto seu próprio fim.

Que arvore sou eu? E que fruto produzo? Ou ainda se produzo? Ou o que seria pior ainda: “tenho pelo menos folhas para minha identidade?

Eu imagino comigo que a figueira seja citada porque, se possível fora, deveria eu produzir frutos vistosos mesmo antes de esperar pelas folhas, deveria eu estar pronto com frutos a saciar e com folhas a cobrir.

“Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” (Gen. 3:7)

Mas mais próximo de nosso tema devemos analisar com mente aberta as características externas que declaram o que somos e a importância de gerar benefícios a partir do que nos propomos ser em verdade.

“E João andava vestido de pêlos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.” (Mc. 1:6)

“Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados.” (Heb. 11: 37)
“E acontecerá naquele dia que os profetas se envergonharão, cada um da sua visão, quando profetizarem; nem mais se vestirão de manto de pelos, para mentirem.” (Zac. 13: 4)

Ao que nos parece, a vestimenta de peles era de uso entre alguns dos profetas, como se vê no caso de Elias e Eliseu. O termo grego “ad-de-reth” da Septuaginta faz referencia ao tipo de manto (pele) que Elias usava para cobrir-se.

“E sucedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da caverna; e eis que veio a ele uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias?” (I Reis 19:13)

“E eles lhe disseram: Era um homem peludo, e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então disse ele: É Elias, o tisbita.” (II Reis 1: 8)

Joao Batista foi confundido com Elias a ponto de ser questionado sobre sua identidade.

Alem de sair do deserto apregoando sobre Yeshua, como um profeta, aquilo que trajava no seu exterior referenciava Joao Batista de tal forma a ser interpelado e ter a identidade questionada.

“E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?... E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou.” (João 1:19, 21).

A identidade visual sem duvida contribui na identificação do individuo. O comportamento sem expressão de palavras igualmente tem o mesmo efeito, bem como pode ser um fator de testemunho para o bem ou para o mal.

“Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra;” (I Pe. 3: 1)

Passados alguns meses eu visitei a Nigeria e la estudávamos a palavra de Deus junto com nossos irmãos. Aparte dos lideres que me convidaram, muitos nao sabiam de onde eu era e qual seria minha missão.

Somente depois de apresentado como um brasileiro foi que souberam de minha etnia, minha origem e meu propósito. E quando me vesti como um nigeriano em seus trajes eles disseram: “Agora você e’ um Nigeriano!!!”

Antes daquele momento eu poderia ser de qualquer nação que não fosse o Brasil, mas houve necessidade de identificar-me. Porem como confirmar a origem de alguém que na aparência, nas palavras, nas vestes, nos costumes , na maneira de ser, etc, não demonstra pistas que o identifiquem? Dificil!

“E José, vendo os seus irmãos, conheceu-os; porém mostrou-se estranho para com eles, e falou-lhes asperamente, e disse-lhes: De onde vindes? E eles disseram: Da terra de Canaã, para comprarmos mantimento.
José, pois, conheceu os seus irmãos; mas eles não o conheceram.” (Gen. 42: 7, 8)

Depois de muitos anos no Egito os próprios irmaos de Jose não foram capazes de reconhece-lo. Ele falava como egípcio, vestia-se como egípcio e tinha aparencia de um egípcio; porem, ao contrario, Jose os conheceu a todos pelas vestes, costumes, maneira de ser, palavras.

Os anos que se passaram desde que Jose havia lançado na cova e vendido a mercadores não puderam confundir a identidade de seus irmãos israelitas, porem a sua própria imagem e maneira de agir havia mudado a ponto de ser ele encarado como um egípcio natural.

OLIVEIRA OU ZAMBUJEIRO

“Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!” (Rom. 11: 24)

O zambujeiro e a oliveira são arvores da mesma espécie, com características muito similares desde o caule ate os frutos.

Assim sendo qual seria mais falso se for colocado ao lado de uma arvore de olivas verdadeiras, uma goiabeira ou um zambujeiro?

Qual nos seria mais fácil identificar como falsa se alguém tentasse te enganar?

Obvio que mais fácil de identificar como falsa oliva seria uma goiaba, porem qual seria mais falso ainda??

Resposta que pode te surpreender: “Mais falsa seria o fruto da oliveira brava, que teve origem no zambujeiro, porque se parece mais com a oliveira verdadeira!”

E voce a que arvore pertence e que fruto gera?

Sabemos pela leitura de Romanos 11 que a oliveira representa Israel e que todo o que não e’ israelita natural, porem aceita o povo de Israel, o Deus de Israel e o mestre Yeshua, um judeu, não pode optar per pertencer a um zambujeiro.

 “Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome.
E com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito:
Depois disto voltarei,e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo. Para que o restante dos homens busque ao Senhor,e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado,diz o Senhor, que faz todas estas coisas,” (Atos 15: 14, 15, 17)

“Então Noemi a aconselhou: Veja, sua concunhada está voltando para o seu povo e para o seu deus. Volte com ela! Rute, porém, respondeu: Não insistas comigo que te deixe e não mais a acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus!”  (Rute 1: 15, 16)

Este e’ um exemplo de decisão e objetividade. Rute sabia o caminho que trilhava e estava ciente e consciente de sua escolha. Nem mesmo a morte de seu marido a faria separar de Noemi. Esta posição de firmeza a honrou com o privilegio de ser parte ativa na raiz do nosso Messias Yeshua!

Pelo texto vemos que a sogra insistiu para que as noras “voltassem” a seus povos de origem e que nada tinha mais a oferecer-lhes uma vez que seus filhos estavam mortos.
Mas Rute sabia que o que havia recebido ao lado de uma israelita e por isso com propriedade responde que o povo de Noemi seria seu povo e o Deus de Noemi seria seu Deus!

Estamos enxertados na boa oliveira que significa estar dentro e como parte do povo de Noemi, servindo o mesmo Deus que Noemi e Rute serviram.
Mas porque existem ainda aqueles que insistem que são parte de gentios e mantem seus costumes, leis e comportamentos, e ao mesmo tempo afirmam ilogicamente que são parte do povo de Deus?

“Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.

Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos.
Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje.

Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, exalto o meu ministério; Para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar alguns deles.
E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são.
E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira,
Não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.” (Rom. 11: 1,7, 8, 13, 14, 16- 19)

Deus nunca rejeitou Israel, sua Oliveira! Os gentios por infinita misericórdia de Deus foram “cortados” do zambujeiro, da oliveira brava e contra a natureza foram enxertados na Oliveira boa, enquanto os alguns dos ramos naturais foram endurecidos com ação e permissão do Eterno!

Mas há ainda quem se glorie contra os ramos naturais e certamente não serão poupados pela atitude irracional e de ingratidão!

O que alimenta um ramo e’ a seiva que vem da raiz! Não existe meio de ser zambujeiro se você esta enxertado na oliveira pura e boa.

Diante de tais fatos tão claros me levo a pensar e definir em minha mente e coração:

“A que povo eu pertenço? A que Deus eu sirvo?”

Se me considero um enxertado pela bondade de Deus, a que conclusão mais obvia eu poderia chegar?

Sirvo ao Deus de Rute e sou do povo de Noemi!

“Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.” (Gal. 3: 28, 29)

Com meu coração,  minha aparência e meu testemunho direi ao mundo que sou um israelita!

Não seja eu uma figueira sem figos, um ramo de oliveira no zambujeiro, mas queria Deus que eu seja sempre um israelita de coração e alma!







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